Impermeabilização da barragem da albufeira de San Juan

Descripción sistema

A barragem, situada no extremo sudoeste da Comunidade de Madrid e a sudeste de Ávila, foi construída em 1955 e tem uma capacidade total de armazenamento de 138 milhões de metros cúbicos. Ocupa uma superfície de 650 hectares, distribuídos longitudinalmente ao longo de um vale estreito nas proximidades do passo de San Juan.

A barragem de San Juan é utilizada para o abastecimento de água à zona sudoeste da região de Madrid, bem como para a produção de eletricidade. Para além destas utilizações, tem também uma função recreativa e desportiva, o que a tornou um local muito procurado por turistas e caminhantes.

É a única barragem da Comunidade de Madrid onde são permitidos os banhos e as actividades aquáticas motorizadas, bem como outros desportos náuticos como o esqui aquático e o wakesurf. A albufeira tem um total de 14 km de praias.

Tem 2 corpos de barragem, o principal (1) que segue o curso do rio Alberche e o lateral (2), que é o que foi trabalhado.

Motivo da intervenção

A barragem apresentava fissuras com infiltrações de água muito evidentes na parte de trás da barragem, onde se encontra um parque de estacionamento.

A Confederação tinha recebido numerosos avisos de pessoas alarmadas com as fugas de água observadas na zona do parque de estacionamento.

Desafios e condicionalismos

Uma das principais limitações do trabalho foi o esvaziamento indispensável da zona afetada da albufeira para poder realizar a intervenção. Isto implicou que os trabalhos tivessem de ser realizados com tempo frio, uma vez que a albufeira tinha de ser esvaziada em dezembro ou janeiro, quando o volume de água é mais baixo.
Outro grande desafio foi a dimensão do corpo da barragem: com os seus cerca de 5.000 m2 , representou um desafio na coordenação da execução e teve de ser realizada por secções.

Barragem de gravidade

O corpo lateral da barragem é uma barragem de gravidade. A estabilidade deste tipo de barragem é determinada pela ação do seu peso próprio (P): a água represada exerce um empuxo hidrostático (E) sobre o corpo da barragem que tende a fazê-la deslizar sobre a sua base e, por outro lado, a fazê-la tombar para jusante. A ação do peso próprio compensa o empuxo e impede estes movimentos. Isto consegue-se colocando a resultante (R) destas duas forças no interior da base da barragem.

Solução Molins

Os trabalhos foram planeados para serem realizados em duas fases:
“Na primeira fase, as juntas e os desplacamentos foram reparados com argamassa de reparação estrutural PROPAM® REPAR 40 classe R4, de acordo com a norma UNE-EN 1504-3, e as fissuras e os pontos singulares foram tratados com malha de fibra de vidro BETOFIBER GLASS embebida entre duas camadas de FLEXITEC.
“A segunda fase consistiu na impermeabilização do corpo da barragem mediante a projeção de duas camadas de argamassa cimentícia flexível de dois componentes FLEXITEC com certificado de aptidão para o contacto com água potável segundo o RD 140/2003 e classificada como C-(PI)-(MC)-(IR) segundo a UNE-EN 1504-2.

A argamassa impermeável FLEXITEC foi escolhida para obter um revestimento impermeável e flexível de alta qualidade que permitisse os movimentos do substrato causados pelos ciclos térmicos e pelos ciclos de esvaziamento e enchimento do reservatório. Era também necessário utilizar um material que pudesse ser aplicado por pulverização devido às dimensões do projeto.

Execução

“1. preparação do suporte com um jato de água pressurizada até que a superfície do betão esteja áspera e sólida, sem partes soltas.

“Reparação de fissuras e esboroamentos com a argamassa de reparação estrutural PROPAM® REPAR 40, escolhida porque o seu comportamento de presa permite efetuar as reparações nas horas centrais do dia, quando se atingem as temperaturas mais elevadas, e garantir a presa da argamassa antes do anoitecer.
“3. tratamento de fissuras, juntas cortadas, meias-juntas e pontos singulares com a malha de fibra de vidro resistente aos álcalis BETOFIBER GLASS embebida entre duas camadas da argamassa impermeável FLEXITEC.
“Aplicação da argamassa impermeável cimentícia flexível FLEXITEC por airless.
Para a mistura da argamassa, não é necessária qualquer adição adicional de água, uma vez que esta é fornecida em quantidades adequadas para a mistura.

A mistura é efectuada por um misturador automático no topo da barragem. A mangueira da máquina de pulverização está suspensa no topo e a pulverização é efectuada a partir de um cesto.

A aplicação só pode ser efectuada durante as horas centrais do dia, quando a temperatura do suporte atinge os +5ºC. Quando se aplica a argamassa, o suporte é humedecido até à saturação e aplica-se uma primeira demão por airless com um consumo aproximado de 2 kg/m2 que deixa uma espessura de camada de aproximadamente 1 mm.

A aplicação é efectuada em secções, uma vez que a superfície total da barragem é de cerca de 5000 m2.

A segunda demão é aplicada no dia seguinte, quando a primeira demão estiver seca. As temperaturas próximas de 0°C ao fim da tarde e à noite atrasam o endurecimento da primeira demão e impedem que a segunda demão seja aplicada mais cedo.

O consumo final de Flexitec situou-se entre 4 e 4,5 kg/m2, o que deixou uma espessura total de impermeabilização de cerca de 3 mm.

Nota técnica

Flexitec:
Argamassa cimentícia de dois componentes altamente flexível. O componente líquido é uma dispersão aquosa de uma resina acrílica que proporciona uma impermeabilização adicional e confere à argamassa uma elevada flexibilidade, permitindo-lhe ultrapassar fissuras e suportar movimentos devidos a ciclos térmicos.
O polímero acrílico, durante o endurecimento da argamassa, forma uma película nos poros da matriz cimentícia, formando pontes de resina entre os agregados, o cimento hidratado e o suporte.